Consonâncias entre música, mar e interioridade abismal em Proust e Baudelaire
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v11.5821Resumo
Música, mar e profundidade interior constituem motivos centrais nas obras de Marcel Proust e Charles Baudelaire. Ambos os autores utilizam de metáforas para sondar a complexidade da alma humana e a experiência estética. Em À la recherche du temps perdu (1913-1927), Proust confere à música uma posição proeminente na narrativa, destacando sua capacidade de evocar memórias e emoções profundas, funcionando como um catalisador para a compreensão da essência do ser e do tempo. A sonata e o septeto de Vinteuil, em particular, tornam-se símbolos dessa profundidade interior, comparada ao mar por sua fluidez e capacidade de imersão no espírito humano. De maneira análoga, Baudelaire, em seu poema La musique (1857), recorre à imagem do mar para representar a força arrebatadora da música, capaz de conduzir o sujeito poético a uma jornada interior esfíngica e intensa. Através do uso de metáforas marinhas, Baudelaire captura a essência do espírito do homem, revelando suas paixões e tormentos interiores. Neste artigo, procuraremos examinar como ambos escritores trabalham esses temas, explorando as semelhanças entre música, mar e profundidade, e suas implicações no que diz respeito à interioridade abismal do homem.
Palavras-chave: Marcel Proust; Charles Baudelaire; música; mar; metáfora.
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