Para uma ética e uma política que vem: a figura do muçulmano nos campos de concentração

Autores

  • Sandro Luiz Bazzanella Universidade do Contestado
  • Paulo Flávio Andrade Universidade do Contestado

DOI:

https://doi.org/10.24302/prof.v3i2.1138

Palavras-chave:

Testemunho. Muçulmano. Ética que vem.

Resumo

Através de inúmeros testemunhos de sobreviventes dos campos de concentração, Giorgio Agamben, na obra: “O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha” constata a existência de uma lacuna. Para o filósofo italiano há um hiato na compreensão que a contemporaneidade tem sobre as implicâncias éticas e políticas dos campos. O vazio que habita a nossa compreensão é a ausência do testemunho do muçulmano, a testemunha integral dos campos de concentração. O muçulmano é o prisioneiro comum que passou pelos campos e o vivenciou em toda a sua violência, sendo submetido a uma condição de abando pelo grupo e pela linguagem. A partir deste ponto Agamben passa a questionar em que media tal figura pode reclamar a condição de humano, mas, mais do que isso, apontando para o risco que a solapa: ao considerar o muçulmano um não-homem, então temos que definir o que é o homem, por extensão, nos deparamos com as dificuldades de operacionalizar tal tarefa. Em não havendo limites claros entre o humano e o não-humano, o poder soberano é quem passa a definir a partir de suas vontades e critérios. Nesses termos, o problema que se coloca à ética que vem é a tensão de abarcar em seu seio a figura extrema que habita o humano – o muçulmano.

Biografia do Autor

  • Sandro Luiz Bazzanella, Universidade do Contestado
    Rua P. Virginio Fistarol Centro 89138-000 Ascurra Santa Catarina
  • Paulo Flávio Andrade, Universidade do Contestado
    Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade do Contestado (UnC), campus Canoinhas. Membro do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas (CNPq).

Downloads

Publicado

2016-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

BAZZANELLA, Sandro Luiz; ANDRADE, Paulo Flávio. Para uma ética e uma política que vem: a figura do muçulmano nos campos de concentração. Profanações, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 65–82, 2016. DOI: 10.24302/prof.v3i2.1138. Disponível em: https://periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1138. Acesso em: 30 abr. 2025.