Falar é jurar: considerações sobre o sacramento da linguagem a partir do pensamento de Giorgio Agamben

Autores

  • Eduardo Tergolina Teixeira Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.24302/prof.v1i1.569

Palavras-chave:

Juramento. Linguagem. Filosofia Política.

Resumo

O juramento não raro é concebido como um instituto ultrapassado, que, diante da pronúncia dos termos que lhe compõem, parece não entabular qualquer ressonância com o tempo presente. Considerado, de forma corrente, como um desconfortável resquício, provindo de um passado religioso, ganha, todavia, na obra de Agamben, uma nova interpretação. Vincular-se-ia o juramento à humanidade de forma bem mais aferrada do que se pudesse à primeira vista perceber, tratando o ato de jurar de pôr em questão a própria condição do homem como animal falante, bem assim sua relação para com a linguagem. O juramento, acompanhando a humanidade desde a antropogênese e, portanto, desde o momento em que, performativa e sacramente, o homem tomou a palavra e disse “eu”, expõe a especialidade da língua enquanto potência específica e constitutiva do humano e o papel fundamental da confiança para que uma associação política possa ter lugar. Nesse sentido, decorrências no âmbito ético e político são evidentes, e, de outra banda, preocupante é, sem dúvida, o atual e irresponsável proliferar sem precedentes da palavra dita em vão.

Biografia do Autor

  • Eduardo Tergolina Teixeira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos
    Mestre em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Defensor público federal em Porto Alegre/RS.

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Publicado

2014-06-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

TEIXEIRA, Eduardo Tergolina. Falar é jurar: considerações sobre o sacramento da linguagem a partir do pensamento de Giorgio Agamben. Profanações, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 154–173, 2014. DOI: 10.24302/prof.v1i1.569. Disponível em: https://periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/569. Acesso em: 30 abr. 2025.