Conhecimento da nocividade do ruído na saúde auditiva sob a perspectiva dos trabalhadores
DOI:
https://doi.org/10.24302/sma.v14.5794Resumo
Este estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa analisou o conhecimento de trabalhadores sobre os efeitos do ruído na saúde auditiva, com base em 158 prontuários do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) da macrorregião de Joinville/SC, entre 2015 e 2018. A amostra foi composta majoritariamente por mulheres (61%), com média de idade de 46 anos. Queixas auditivas foram referidas por 67% dos trabalhadores, sendo o zumbido (56%) e a dificuldade de comunicação (54%) os sintomas mais frequentes. A exposição ocupacional ao ruído estava associada a múltiplos sintomas extra-auditivos, como cansaço (45%), ansiedade (42%) e dor de cabeça (42%). Apenas 35% dos trabalhadores relataram conhecimento prévio sobre os riscos do ruído, e o uso regular de Equipamentos de Proteção Auditiva (EPA) foi registrado em apenas 23% dos casos. A análise dos exames audiométricos indicou que 58% dos trabalhadores apresentavam alterações auditivas, sendo 11% compatíveis com Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). As perdas mais comuns foram do tipo sensorioneural, com distribuição bilateral predominante. A associação estatística revelou que a presença de queixas auditivas e os resultados audiométricos alterados foram significativamente relacionados à presença de PAIR (p<0,000). Os achados evidenciam falhas na prevenção da exposição ao ruído e na conscientização dos trabalhadores quanto aos seus efeitos na saúde auditiva, destacando a importância de estratégias educativas contínuas e ações preventivas eficazes nos ambientes laborais.
Palavras-chave: audiologia; saúde do trabalhador; ruído ocupacional; perda auditiva.
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